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A geoengenharia pode ser definida como grandes projetos que buscam manipular o ambiente para a manutenção do clima. Os projetos variam muito na abordagem e na escala, surgindo novas propostas a cada dia, mas estas são direcionadas, basicamente, a equilibrar a entrada de raios solares e na manutenção da temperatura da atmosfera.

Os projetos mais conhecidos buscam controlar e até reduzir a concentração de gases de efeito estufa da atmosfera. No processo de efeito estufa, alguns gases presentes na atmosfera retêm parte do calor que a superfície da Terra reflete, evitando que escape para o espaço, mantendo a temperatura agradável a vida no planeta.

Os gases mais conhecidos são o gás carbônico (CO2), o vapor d’água (H2O), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), os clorofluorcarbonetos (CFCs) e o ozônio (O3). Há evidências de que um aumento significativo das concentrações destes gases, através de ações humanas, está aquecendo gradualmente o planeta.

Mas será mesmo correto permitir que o homem controle o clima através de obras de engenharia? Será que estes projetos podem realmente trazer benefícios ambientais ou serão formas disfarçadas de negócios altamente rentáveis a poucos beneficiados? Buscar consertar um planeta alterado não poderá trazer ainda mais danos?

A geoengenharia não é somente uma desculpa para continuar destruindo o planeta e ganhando dinheiro? Antes de examinar tudo isso, a definição desta nova ciência deve estar bem clara a todos, analisando, para isso, algumas das soluções técnico-científicas já propostas como, reduzir a entrada de radiação solar na atmosfera através da pulverização de enxofre na estratosfera (como ocorre nas erupções vulcânicas), com o branqueamento das nuvens (borrifar água salgada dos oceanos por navios na atmosfera), através da colocação de espelhos e de escudos espaciais em órbita da Terra (materiais que servirão para refletir os raios solares de volta para o espaço).

Vejamos também: aumentar a reflexão dos raios solares com a cobertura do deserto com painéis refletores (podendo ser painéis de geração de eletricidade solar), pelo desenvolvimento de plantas transgênicas que refletem melhor os raios solares, no desenvolvimento e instalação de telhados e pavimentos brancos (para uma maior reflexão da luz solar);

Outra solução apontada é remover carbono da atmosfera através da fertilização dos oceanos (adicionar nutrientes para promover um maior desenvolvimento das algas), enterrar gases no subsolo (em antigos poços de petróleo e de gás natural), desenvolver árvores sintéticas (estruturas que absorveria gás carbônico emitindo água para atmosfera), promover a produção e o enriquecimento do solo com o biochar (produzir carvão biológico com o uso de resíduos orgânicos). A outra aposta é reduzir a emissão de carbono para atmosfera, principalmente, através de mudanças na matriz energética mundial.

Entretanto, apesar destas soluções, temos de estar cientes que as maiores causadoras das mudanças climáticas ambientais globais são provavelmente as empresas e os governos que mais investirão num controle climático futuro, já ganharam tanto e logo receberão mais reformando o planeta, sendo que a sociedade é que deverá assumir os gastos necessários. Dentro deste contexto, é interessante a frase do grande cientista James Lovelock, o inventor da Teoria de Gaia, “Devemos ter sempre em mente que é arrogância achar que sabemos como salvar a Terra, nosso planeta cuida de si próprio, tudo que podemos fazer é tentar nos salvar”. Ou seja, será mesmo que a mão do homem deve direcionar um equilíbrio planetário?

Uma coisa é estimar os ganhos ambientais de um processo de geoengenharia através programas de modelagem em supercomputadores e outra é aplicar estes experimentos nos ecossistemas aguardando os imprevisíveis resultados, repercutindo sobre a dinâmica do clima, algo que nem mesmo ainda temos o domínio completo de seu conhecimento. Entretanto, se eu pudesse escolher dentre todas as megapropostas colocadas pelos cientistas geoengenheiros para que fosse aplicada primeiro, acredito que a mais racional e vantajosa é sem dúvida a mais simples, barata e antiga, o sequestro de carbono pelo solo através do uso do carvão biológico vegetal na agricultura se este processo fosse aplicado pela agricultura moderna teríamos um sequestro de 100 % de todo carbono emitido anualmente pela queima de combustíveis fósseis e, além disso, bons rendimentos agrícolas e grande diminuição da degradação ambiental.

O que deve estar sempre claro é que as soluções reais e eficientes para diminuir impactos climáticos e restabelecer a saúde do nosso planeta estão na nossa frente, são simples e baratas. Basta economizar, não desperdiçar em hipótese alguma e parar de por a culpa no vizinho.

 

 

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Alcindo Pastore
23/08/2011 23:43:09
- olß caro Alexandre!

valeu pela colocaþÒo!
bateu bem e bateu colocado. e te digo mais, a agricultura estß tentando fazer a sua parte sim, mesmo que muitas pessoas, Ongs, Partidos polÝticos ou alguns malas , que nÒo tem o que fazer tentem atrapalhar, vamos conseguir fazer a nossa parte.

e digo mais, nenhum movimento agricola atrapalha o desenvolvimento da ind·stria ou comÚrcio, mesmo quando essas atividades nos transmitem temores , ou destruiþÒo.

A moda Ú colocar a culpa no agroÚg¾cio, mas sabemos todos que a coisa nÒo Ú por ai!

abraþo! e parabÚns pelas marteladas.

Biotecnologia, UFPR Palotina- PR.

Cleiciomar Gonçalves de Almeida
29/08/2011 21:31:29
ParabÚns Alexandre, precisamos cada vez mais de artigos como estes para revertermos o quadro geral atual, que Ú o de empurrar informaþÒo errada boca abaixo da sociedade. Cleiciomar Embrapa/CNPAF

Renato Bernardes
31/08/2011 09:11:53
+ claro que o agroneg¾cio nÒo Ú o ·nico vilÒo, mas ele tÛm suas responsabilidades, seus impactos e sua ganÔncia em produzir nÒo alimento, mas sim dinheiro, afinal de contas o pr¾prio nome diz: agroNEGËCIO...

As idÚias da geoengenharia sÒo tÒo mirabolantes, quanto in·teis, nÒo adianta, estamos em um processo de transformaþÒo e descobertas, tudo serß revertido em um modelo adequado um dia, a ciÛncia e a filosofia irÒo mudar seus conceitos, mas atÚ lß tudo vai se transformar, principalmente o modo de produzir e consumir, nÒo s¾ os alimentos, mas tudo aquilo que mantÛm as sociedades modernas. E como disse sabiamente o autor, as idÚias mais simples, baratas e antigas sÒo as mais eficientes, afinal sÒo as mais simples, baratas e principalmente as mais antigas.

N¾s devemos aprender com a sabedoria milenar da Terra e nÒo tentar moldar o planeta para alcanþar aquilo que nem conhecemos, isso demostra apenas o tamanho a ignorÔncia humana

Muito bom artigo, parabÛns ao atento autor.

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